Oiie, gente! Como comentei no meu post sobre O oceano no fim do caminho, estou numa
missão, um pouco mais demorada do que gostaria, de ler todos os livros do Neil Gaiman. E Lugar Nenhum foi o segundo! Aqui você não vai encontrar uma resenha
ABC do livro, até porque isto está na contracapa dele ou em qualquer site que o
venda online. Aqui, como o título sugere, é mais sobre minhas impressões.
Naquele mesmo esquema que fiz com as outras
matérias de resenhas de livro, se você não leu o livro ainda, fique tranquilo
para ler a primeira parte daqui, mas já a segunda parte é totalmente uma bomba
de spoiler e opiniões pessoais sobre a trama! Vá por sua conta e risco! Entretanto,
se você já leu e não tem paciência para reler o que já sabe, então fique a
vontade para pular à segunda parte!
Começando, a edição que adquiri é recente, lançada
no Brasil pela Intrínseca, e
conhecida como a “Edição favorita do autor”, nela há um pequeno relato de Neil Gaiman contando que a principio
escreveu aquela história como roteiro de uma minissérie da BBC que seria lançada em 1996 com o título de Neverwhere, só que toda ideia realmente boa que ele tinha e que
fosse deixar a história longa demais pra algo que duraria apenas seis episódios,
os produtores cortavam. E Neil Gaiman, como todo bom ser humano com hurtfeelings, soltava um “Tem problema não, vou colocar isso no livro”.
Ia lá e colocava. E depois que a série foi lançada e de alterar várias vezes a
própria história (um bom escritor nunca está satisfeito com o que escreve),
Gaiman lançou sua edição favorita, por enquanto.
O desenrolar da história lembra uma série, cenas
aqui e ali, que se interligam na linha do tempo, mas não no papel. Pulos de
pontos de vista, uma hora foca no principal, outra hora, não. Como se visse
aquela cena do vilão na tela e já entendesse um pouco, mas o herói não tem a
mínima ideia.
O livro é sobre Richard, um cara comum, mais comum
impossível, que se muda do interior para Londres para viver uma vida divertida
e aventurada e por fim acaba em um emprego entediante, com uma noiva
desprezível e controladora na qual é perdidamente apaixonado (e não sabe
explicar o porquê). Apesar de ser um personagem claramente tapado e sem
atributos, Richard tem um coração bondoso.
Quando vê uma menina, aparente moradora de rua,
toda suja e machucada no chão, ela é o único que a ajuda e a carrega para casa.
Logo, Richard se torna invisível para todos que conhece e descobre que agora
ele faz parte da Londres de Baixo, um lugar inimaginável, composta de pessoas
suspeitas, ratos falantes e assassinos.
Nosso não tanto herói sai em busca da menina que
ajudou, chamada Door, pois ela é a única que talvez possa lhe ajudar a voltar
para sua pacata vida.
Lugar Nenhum
é bem típico Neil Gaiman, cheio de analogias, a fantasia dele não é
gratuitamente fantasiosa, por assim se dizer, tudo ou quase tudo, é feito para
ter um significado, um sentido. Ele tenta passar a essência do humano, mesmo as
piores partes. Minha nota para esse livro foi 9!
------------------------------------ ALERTA DE
SPOILER ------------------------------------
Tinha anotado algumas coisas que achei curiosas
sobre o livro, mas claro, o perdi! Então vou falar pouca coisa, o que lembro de
cabeça, que realmente me chamou a atenção.
Disparado, o que mais me entreteve desde o começo,
foi a Londres de Baixo não ser tão baixa assim, ser bem real na verdade, com
pessoas em situações deploráveis, sendo ignoradas pela Londres rotineira,
pessoas que vivem à margem da sociedade, sendo representada por ratos ou um
homem ave falante e maluco.

Bem que Gaiman podia fazer um spin-off do Marquês,
né não?! É aquele típico personagem que sempre é meu favorito, não é bom, não é
mau, tem seus afazeres, cumpre suas missões, tem seus objetivos próprios e faz
o que acha necessário.
Para encerrar
essa matéria, e de uma maneira feliz (pra mim até demais), em fevereiro deste
ano, na sua turnê do livro Mitologia
Nórdica, Gaiman anunciou que Lugar Nenhum ganhará uma sequência chamada Seven Sisters, em entrevista ele disse
que o primeiro “era uma forma de falar
sobre os sem-teto, a doença mental e as pessoas sem nada", já a
sequência falará sobre as dificuldades de refugiados em se ajustar em uma
cidade que vive momentos confusos. "A
Londres pós-Brexit e o mundo estão em um estado confuso e horrível",
comentou. "Preciso canalizar toda
esta raiva e decepção e colocar em um livro".
Esperaremos
ansiosos por essa sequência e até a próxima, galera!
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